Vida de banda - Maquinários (TO) - parte 1

Foto de divulgação inicial da banda Maquinários no ano de 2010.

A banda tocantinense Maquinários iniciou seus trabalhos em meados do ano de 2009 como uma banda calcada no rock'n' roll e hard rock. De lá para cá, fizeram shows em festivais no Tocantins e em outros Estados, e  já gravaram um EP no ano de 2011  intitulado EP "1" . Atualmente os membros fundadores da banda gravaram um novo ep chamado " 6 Milhas para o Inferno" e se mudaram para o estado de Santa Catarina para se aperfeiçoarem mais na carreira musical. A seguir, o InfoRock conta um pouco da trajetória da banda em uma entrevista com Matheus Andrighi (guitarrista) e os irmãos Ivan Silva (vocalista) e Watson Silva (guitarrista).

Inforock: Quais foram os primeiros passos da banda, os primeiros contatos com os integrantes para que se tornasse o que é hoje.

Matheus Andrighi: A Maquinários nasceu de um projeto que teve início em 2008, a princípio a gente não tinha formação original da banda e nem se chamava Maquinários. Cheguei em Palmas durante a faculdade e acabei conhecendo o Ivan e em decorrência de formar uma amizade com ele, eu conhece o Watson que é o irmão dele, e  a gente foi se conhecendo e eu chamei eles para montar um projeto e fazer um som. Aí começou a engatinhar, no primeiro ensaio já rolou uma música própria e a gente começou a formar a ideia da banda. Vendo o que gostava, nós começamos a escrever as primeiras músicas da banda, a escutar músicas juntos para ver o que saía, daí começou a proposta mesmo do que seria a Maquinários, que surgiu mais ou menos um ano depois desse primeiro ensaio.

Inforock: Como foram os primeiros shows da banda? E de que forma vocês avaliam a recepção inicial do público ?

Matheus Andrighi: A partir de 2008, a gente demorou mais ou menos um ano para chegar e falar " vamos subir num palco"... No começo era mais cover, até pela nossa própria inexperiência, a gente não sabia como lidar com a experiência de palco e tinha muitas influências das bandas que a  gente queria fazer um som parecido. Repertório de 10 músicas e 5 cover  e é até natural para uma banda que está começando  e tocar música dos outros, até para você experimentar o chão que onde você está pisando.

Ivan Silva:  O público de Palmas, de início, tiveram um carinho por nós, nos aceitaram bem, e ficavam bastante eufóricos com essa coisa de cover, porque todo mundo gosta de ouvir uma música de rock'n' roll clássico e se sente super empolgado. Mas conforme o tempo foi passando e a gente amadurecendo, buscando novas experiências e se consolidando como banda, dentro de nossa proposta artística, a gente passou a investir pesado em autorais e a gente passou a ganhar o respeito do público. Antes era euforia, agitação por estar tocando cover, e a gente transformou em respeito. O públicou passou a dar mais valor pelo fato de a gente estar investindo mais em autorais.

Inforock: Falando em músicas autorais, como funciona o processo de criação das canções da banda?

Watson Silva: No início, começou a partir de mim e do Ivan teoricamente em relação a letra e esqueleto da música e a gente sempre chegava no ensaio e passava para o pessoal, ou alguém chegava com uma ideia. Quando a banda começou a evoluir e ter a preocupação com o trabalho autoral, muitas transformações aconteceram. Bandas que a gente começou a conhecer, e motivaram a gente a ter um gás a mais. Uma das principais, foi o Baranga no início que desencadeou a proposta rock'n' roll nacional da Maquinários e teve Carro Bomba, que a partir do momento que a gente teve o contato com a banda, a gente passou a ter esse gás para conseguir uma temática de letras parecida com o que a gente pensava. Hoje em dia, eu me sinto grato porque nós três conseguimos trabalhar, conseguimos formar letras e formular riffs, então é uma coisa extremamente natural, e já não parte de uma pessoa e sim os três.

Inforock: Vocês lançaram um primeiro EP em 2011, como vocês chegaram a conclusão que já era a hora de gravar as primeiras músicas da banda?

Matheus Andrighi: O primeiro EP serviu muito mais como uma experimentação para a gente, para ver aonde íamos para com a nossa proposta do que realmente falar que é o começo da banda. Foi um começo, mas foi muito mais experimental para ver o que a gente iria fazer, se erá aquilo mesmo, e o que a gente iria gerar. A gente laçou na internet o primeiro EP e a repercussão foi legal, a gente conseguiu divulgar em umas rádios virtuais de fora do estado. A partir de que a gente lançou o primeiro EP, vimos que a nossa proposta ia muito mais longe do que a gente gravou ali. Eram canções mais tranquilas voltadas para as primeiras  vertentes que a gente pegou que eram o blues, o country e o southern rock. E a partir desse EP que a gente começou a trabalhar em músicas mais pesadas, que é o que a gente toca hoje em dia.

Inforock: Nessa evolução da banda , gostaria que vocês comentassem como foram as participações em festivais, se teve algum que foi realmente marcante ou em que aconteceu alguma situação inusitada. 

Matheus Andrighi: Teve uma vez, acho que foi a segunda vez que a gente foi em Araguaína, que a gente foi tocar, a formação já estava em quatro pessoas e na hora que a gente foi fazer nosso show, éramos a quarta banda no festival... E impressionate como a galera não deixou a  gente tocar. A galera subiu no palco e parecia que era uma banda, sabe?! E a  gente não estava entendendo... Foi muito legal, a galera deu um gás louquíssimo! A gente estava meio assim, porque a gente tava tocando desfalcado já, e a  gente viu a galera gritando e curtindo, tinha gente subindo no telhado, véi... Foi uma coisa muito insana. Deu para ver que a galera do Tocantins não é só Palmas, porque tem muitos estados que não rola assim, e aqui é muito legal assim, ir no interior do estado e ver que a galera agita e curte do mesmo jeito... E viaja assim, vem para Palmas, a galera de Palmas vai para lá.

Watson Silva: Acho que de Araguaína, o que a gente tomou mais como exemplo foi a valorização e amor que eles tem pela cena, são pessoas que valorizam as bandas locais. É uma coisa muito massa sentir que o Brasil está conseguindo evoluir com essa massificação de bandas.

Matheus Andrighi: Teve uma vez também, no primeiro show da Maquinários aqui em Palmas, na hora que a gente foi subir no palco, eu acho que foi premeditado assim, que era para acontecer e queimou o equipamento de som todinho e a gente não conseguiu tocar. A gente ficou se perguntando depois " pô, véi será que foi melhor assim? será que não ia honrar a galera que estava ali?". Enfim, na próxima oportunidade que teve depois dali, a gente começou a tocar e foi beleza.

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Espero que tenham gostado da entrevista!
A segunda parte será publicada em breve aqui no Inforock. 
Sugestões, críticas ou pedidos, vocês podem enviar no e-mail: inforockto@gmail.com ou comentar no post.

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